sábado, 14 de junho de 2014

Plano Gestão 2011-2014 (Parte V)

PLANOS DE CURSOS MANTIDOS PELA ESCOLA

CURRÍCULO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO


Concepções Gerais


A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo propôs, em 2008, um currículo básico para as escolas da rede estadual nos níveis de Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio. Com isso, pretendeu apoiar o trabalho realizado nas escolas estaduais e contribuir para a melhoria da qualidade da aprendizagem dos alunos. Esse processo partiu dos conhecimentos e das experiências práticas já acumuladas, ou seja, partiu da recuperação, da revisão e da sistematização de documentos, publicações e diagnósticos já existentes e do levantamento e análise dos resultados de projetos ou iniciativas realizados. No intuito de fomentar o desenvolvimento curricular, a Secretaria da Educação tomou assim a iniciativa de: realizar amplo levantamento do acervo documental e técnico pedagógico existente e dar início a um processo de consulta a escola e professores para identificar, sistematizar e divulgar boas práticas existentes nas escolas de São Paulo.
O currículo se completa com um conjunto de documentos dirigidos especialmente aos professores e alunos: os cadernos do professor e do aluno, organizados por disciplina/série/ano/bimestre. Neles, são apresentadas situações de aprendizagem para orientar o trabalho do professor no ensino dos conteúdos disciplinares específicos e aprendizagem dos alunos. Esses conteúdos, habilidades e competências são organizados por série/ano e acompanhados de orientações para gestão da aprendizagem em sala de aula e para avaliação e a recuperação. Oferecem também sugestões de métodos e estratégias de trabalho para aulas, experimentações, projetos coletivos, atividades extraclasses e estudos interdisciplinares.

De modo geral, o currículo tem como premissas:

1) Uma Educação a Altura dos Desafios Contemporâneos – A sociedade do século XXI é cada vez mais caracterizada pelo uso intensivo do conhecimento, seja para trabalhar, conviver ou exercer a cidadania, seja para cuidar do ambiente que vive. Em um mundo no qual o conhecimento é usado de forma intensiva, o diferencial está na qualidade da educação recebida. A qualidade do convívio, assim como dos conhecimentos e das competências constituídas na vida escolar, será determinante para a participação do indivíduo em seu próprio grupo social e para que ele tome parte em processos de crítica e renovação.

2) Princípios para um Currículo Contemporâneo com o Seu Tempo – Tem como bases:

A – UMA ESCOLA QUE TAMBÉM APRENDE: Isso muda radicalmente a concepção da escola, de instituição que ensina para instituição que também aprende a ensinar.

B – O CURRÍCULO COMO ESPAÇO DE CULTURA: Currículo é a expressão do que existe na cultura científica, artística e humanista transposto para uma situação de aprendizagem e ensino. Precisamos entender que as atividades extraclasses não são “extracurriculares” quando se deseja articular cultura e conhecimento, todas as atividades da escola são curriculares; caso contrário, não são justificáveis no contexto escolar. Se não rompermos essa dissociação entre cultura e conhecimento não conectaremos o currículo à vida – e seguiremos alojando na escola uma miríade de atividades “culturais” que mais dispersam e confundem do que promovem aprendizagens curriculares relevantes para os alunos.

C – AS COMPETÊNCIAS COMO REFERÊNCIA: Um currículo que promove competências tem o compromisso de articular as disciplinas e as atividades escolares com aquilo que se espera que os alunos aprendam ao longo dos anos.
Logo, a atuação do professor, os conteúdos, as metodologias disciplinares e a aprendizagem requerida dos alunos são aspectos indissociáveis, que compõem um sistema ou rede cujas partes têm características e funções específicas que se complementam para formar um todo, sempre maior do que elas.

D – PRIORIDADE PARA A COMPETÊNCIA DA LEITURA E DA ESCRITA: Concebe-se o homem a partir do trabalho e das mediações simbólicas que regem suas relações com a vida, com o mundo e com ele próprio. São dois os eixos dessas atividades: o da produção (transformação da natureza) e da comunicação (relações intersubjetivas).

E – ARTICULAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARA APRENDER: A aprendizagem é o centro da atividade escolar. Por extensão, o professor caracteriza-se como um profissional da aprendizagem. Ele apresenta e explica conteúdos, organiza situações para aprendizagem de conceitos, de métodos, de formas de agir e pensar, em suma, promove conhecimento que possam ser mobilizados em competências e habilidades que, por sua vez, instrumentalizam os alunos para enfrentar os problemas do mundo. Dessa forma, a expressão “educar para a vida” pode ganhar seu sentido mais nobre e verdadeiro na prática do ensino. Se a educação básica é para a vida, a quantidade e a qualidade do conhecimento têm de ser determinadas para a sua relevância para a vida de hoje e do futuro, para além dos limites da escola. Portanto, mais que os conteúdos isolados, as competências são guias eficazes para educar para a vida.

F – ARTICULAÇÃO COM O MUNDO DO TRABALHO: Tem como tópicos desse conjunto legal e normativo:

I) Compreensão dos significados das ciências, das letras e das artes;
II) A relação entre teoria e prática em cada disciplina do currículo;
III) As relações entre educação e tecnologia;
IV) A prioridade para o contexto do trabalho
V) O contexto do trabalho para o ensino médio.


Concepção na área de Matemática e suas tecnologias


Para o currículo de matemática, a disciplina é apresentada como um sistema primário de expressão, assim como a língua materna, com a qual interage continuamente. Ela também deve articular-se permanentemente com todas as formas de expressão, especialmente com as que são associadas às tecnologias informáticas, colaborando para uma tomada de consciência da ampliação de horizontes que essas novas ferramentas propiciam.
Não se deve perder de vista, no entanto, que a Matemática tem um conteúdo próprio, como todas as outras disciplinas, o que a faz transcender os limites de uma linguagem formal.

MATEMÁTICA – A Matemática nos currículos deve constituir, em parceria com a linguagem materna, um recurso imprescindível para uma expressão rica, uma compreensão abrangente, uma argumentação correta, um enfrentamento assertivo de situações-problema, uma contextualização significativa dos temas estudados.
Em decorrência dos pressupostos teóricos para a área, os conteúdos disciplinares estão organizados, tanto no Ensino Fundamental quanto no ensino Médio, em três grandes blocos temáticos: Numéricos, Geometria e Relações.


Concepção na área de Linguagens, Códigos e suas tecnologias


Nesta área, no Ensino Fundamental (Ciclo II) e no Médio, constitui-se de um conjunto de disciplinas: Língua Portuguesa, Língua Estrangeira Moderna (LEM), Educação Física e Arte.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (2006), a linguagem é a capacidade humana de articular significados coletivos em sistemas arbitrários de representação. A principal razão de qualquer ato de linguagem é a produção de sentido. Mais do que objetos de conhecimento, as linguagens são meios para o conhecimento. O homem conhece o mundo por meio de suas linguagens e seus símbolos.
À medida que ele se torna mais competente nas diferentes linguagens, torna-se mais capaz de conhecer a si, a sua cultura e o mundo em que vive.
Com base nessa perspectiva, na escola, os estudos na área desenvolvem o conhecimento lingüístico, musical, corporal, gestual, das imagens e das formas. Assim, propõe-se uma mudança na maneira como as disciplinas devem ser ensinadas, ou seja, o desenvolvimento do conhecimento do aluno sobre as linguagens por meio do estudo dos conteúdos, historicamente construídos, associados a atividades que possibilitem a interação com a sociedade e também o aumento do seu poder como cidadão, implicando mais acesso às informações e melhor possibilidade de interpretação dessas informações nos contextos sociais em que são apresentadas.
Com tal mudança a experiência escolar transforma-se em uma vivência que permite ao aluno compreender as diferentes linguagens como meio de organização da realidade, nela constituindo significados, em um processo centrado nas dimensões comunicativas da expressão, informação e argumentação.

LÍNGUA PORTUGUESA – Participar da formação dos alunos implica superar uma atividade apenas voltada apenas para a informação, uma vez que desejamos formar para o mundo do conhecimento por meio da linguagem. Conhecer é o ato cognitivo de compreender para transformar a si e ao mundo em que vivemos, construindo relações entre os diversos significados de uma mesma idéia ou de um mesmo fato. Conhecimento é, pois, uma rede de significados.

ARTES – No ensino das diversas linguagens artísticas, é fundamental desenvolver o estudo dos eixos poético (da produção), estético (da recepção) e crítico (acadêmico e histórico) e histórico.

EDUCAÇÃO FÍSICA – É fundamental compreender o sujeito mergulhado nas diferentes realidades culturais nas quais não se dissociam corpo, movimento e intencionalidade. Seu estudo não se reduz mais ao condicionamento físico e ao esporte, quando praticados de maneira inconsciente ou mecânica.
O aluno deve não só vivenciar, experimentar, valorizar e apreciar os benefícios advindos da cultura de movimento e deles desfrutar, mas também perceber e compreender os sentidos e significados das suas diversa manifestações na sociedade contemporânea.

LINGUA ESTRANGEIRA MODERNA (LEM) – Importa construir um conhecimento sistêmico sobre a organização textual e sobre como e quando utilizar a língua em situações de comunicação. A consciência lingüística e a consciência crítica dos usos que se fazem da língua estrangeira devem possibilitar o acesso a bens culturais da humanidade. Os estudos de Língua portuguesa e de língua estrangeira moderna constituem-se em excelentes meios para a sensibilização dos alunos para os mecanismos de poder associados a uma língua.


Concepção na área de Ciências da Natureza e suas tecnologias


As Ciências da Natureza estão presentes sob muitas formas na cultura e na vida em sociedade, na investigação dos materiais, das substâncias, da vida e do cosmo. Elas também têm dimensão filosófica, pois, ao interpretar eventos da biosfera e compreender a evolução da vida, ou ao observar estrelas e galáxias e perceber a evolução do universo, permitem conjecturar sobre a origem e o sentido cósmicos – atividades que no passado eram prerrogativa do pensamento filosófico.
O estudo de Ciências Naturais tem como um de seus papéis principais a preparação dos jovens cidadãos para enfrentar os desafios de uma sociedade em mudança contínua. O conhecimento científico é um elemento-chave na cultura geral dos cidadãos, pois o acesso a esse conhecimento os habilita tanto para se posicionar ativamente diante das modificações do mundo em que vivem como para compreender os fenômenos observáveis na Natureza e no Universo.

CIÊNCIAS – No Ensino Fundamental, os tópicos disciplinares necessitam ser organizados em torno de problemas concretos, próximos aos estudantes, e que sejam relevantes para sua vida pessoal e comunitária.
O Currículo de Ciências está estruturado em torno de quatro eixos temáticos: Vida e ambiente, Ciência e tecnologia, Ser humano e saúde e Terra e Universo que se repetem ao longo das quatro séries.

BIOLOGIA, FÍSICA E QUÍMICA – No Ensino Médio, mais do que simples divisões do saber, as disciplinas em geral são campos de investimento e de sistematização dos conhecimentos.
Algumas delas são milenares, como a Filosofia, a História, a Física e a Matemática. Outras, como a Biologia são reuniões recentes de campos tradicionais, como a Botânica, a Zoologia e a História Natural, aos quais se somaram outras mais contemporâneas, como a Genética.
Nem sempre se estabelecem fronteiras nítidas entre as disciplinas. A Química, que surgiu há alguns séculos, tem objetos de interesse comuns com a Física, como a constituição atômica da matéria, e com a Biologia, como as substâncias orgânicas. À parte disso, todas as Ciências da Natureza fazem uso de instrumentais matemáticos em seus procedimentos de quantificação, análise e modelagem.


Concepção na área das Ciências Humanas e Suas Tecnologias


Na atualidade, a área de Ciências Humanas compreende conhecimentos produzidos por vários campos de pesquisa – História, Geografia, Filosofia, Sociologia e Psicologia, além de outros como Política, Antropologia e Economia – que têm por objetivo o estudo dos seres humanos em suas múltiplas relações, fundamentado por meio da articulação entre esses diversos saberes. Dessa forma, ao integrar os campos disciplinares, o conjunto dessas ciências contribui para uma formação que permita ao jovem estudante compreender as relações entre sociedades diferentes, analisar os inúmeros problemas da sociedade em que vive e as diversas formas de relação entre homem e natureza, refletindo sobre as inúmeras ações e contradições da sociedade em relação a si própria e ao ambiente.

HISTÓRIA – Segundo os PCN, à História compete “favorecer a formação do estudante como cidadão, para que assuma formas de participação social, política e atitudes críticas diante da realidade atual, aprendendo a discernir os limites e as possibilidades de sua atuação, na permanência ou na transformação da realidade histórica na qual se insere.”

GEOGRAFIA – Quanto à Geografia, o documento aponta como objetivo “estudar as relações entre o processo histórico na formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do lugar, do território, a partir de sua paisagem.”

FILOSOFIA – A Filosofia permite orientar reflexões para que os alunos compreendam melhor as relações histórico-sociais e, ao mesmo tempo, possam se inserir no universo subjetivo das representações simbólicas, contribuindo também para elevar a educação a um nível político-existencial que supere as meras transmissão e aquisição de conteúdos, feitas de modo mecânico e inconsciente.

SOCIOLOGIA – Por sua vez, a Sociologia, para além de um enriquecimento pedagógico, pode chegar à esfera da intervenção, na medida em que contribui, por exemplo, para politizar as relações escolares, transformando a própria instituição em objeto de estudo.

2 comentários:

  1. Gostei do Blog Informativo sobre a escola e suas ações.
    Parabéns!

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    1. Que bom que gostou!!! Afinal você é que é a especialista para assuntos tecnológicos. Agora só falta ele ser alimentado com as atividades maravilhosas que vocês fazem com maestria.

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